domingo, 11 de maio de 2014

ESTUDANTES E PROFESSORES AMAZONENSES DEBATEM OS 50 ANOS DO GOLPE MILITAR NO BRASIL


A participação maciça dos estudantes e professores do Instituto Federal do Amazonas(IFAM) pela manhã e do curso de Direito da Uninorte, à noite, do dia 30 de abril, na cidade de Manaus, foi mais uma demonstração do grande interesse que este tema: 50 anos do Golpe Militar no Brasil, tem despertado nos fóruns realizados no País. Nas palestras e debates com o sociólogo Edival Nunes Cajá, ex-preso político e integrante do movimento memória, verdade e justiça revelou-se, claramente, o interesse da comunidade, tanto do ensino técnico quanto universitário, uma reafirmação coletiva quanto a necessidade de que o Relatório final da Comissão Nacional da Verdade - CNV - exija do Estado Brasileiro a punição dos mandantes, patrocinadores e torturadores daquele regime autoritário.

As atividades foram organizadas no meio secundarista pelo Grêmio Chico Mendes(Cristopher, presidente) e o Centro Cultural Manoel Lisboa-MA (Marcus Ribeiro), com a participação na mesa da Federação Nacional do Ensino Técnico-FENET (Amanda Barroso, coordenação da Região Norte), do Comitê da Verdade, Memória e Justiça-AM (Wilson Reis e Amadeu), Sindpetro-AM (Acácio Carneiro, presidente), Sinasef-AM (William, presidente), Prof.Davi (história-IFAM), Raimundo Luiz (diretor de ensino do campus IFAM-Centro).


Já na comunidade universitária a organização do evento foi garantida pelo Sindicato dos Jornalistas(Wilson, presidente) e o Departamento da Faculdade de Direito (prof. João Batista), também participação da mesa os professores de Direito, Helso Ribeiro, Márcio Rys e Lorrine Almeida, coordenadora do Movimento de Mulheres Olga Benário.

Antes das palestras e debates, o auditório da UNINORTE, lotado, assistiu algumas passagens do filme "O dia que durou 21 anos". Isto facilitou a compreensão dos antecedentes do Golpe de estado de 1964 e a decisiva participação dos Estados Unidos da América - EUA, que após verem triunfar a Revolução Socialista, em Cuba, em 1959, se prepararam para sufocar ou aniquilar a possibilidade de outros levantes revolucionários em qualquer país da América.



E o debate ganhou ainda mais atenção de seu público diante dos relatos realizados pelo palestrante Edival Cajá, ex-prisioneiro do regime militar, na cidade do Recife, em Pernambuco. Durante aquele regime fascista mais de 20 mil pessoas foram torturadas, 50 mil presas e cerca de 500 mortas ou desaparecidas, pois até hoje algumas famílias não tiveram os corpos de seus entes queridos entregues para enterro. "Um dos mais básicos direitos da humanidade deixou de ser exercido: o das famílias chorarem e enterrarem seus mortos", disse Cajá.

Wilson Reis, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas e membro do Comitê da Verdade, disse que a ruptura social imposta pelo Golpe Militar de 1964, que durou 21 anos, pode ser medida nos dias atuais."As violações aos direitos humanos, a negação da liberdade, a tortura e morte instituíram a impunidade e o medo em nossa população", apontou. "Até hoje não conseguimos pensar como um só País. A educação foi violentada, estudantes e professores perseguidos e mortos, expressões e figuras públicas do teatro e da música exilados, assim como vários políticos que pensavam diferente do Alto Comando Militar", concluiu.

"Um evento histórico para marcar nossa instituição, pela excelência dos palestrantes, pela importância histórica do tema e pela participação dos nossos alunos", assinalou o prof. João Batista.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

40 ANOS DEPOIS: Onde esta Thomaz Meirelles?


Hoje, quarta-feira (7), está completando 40 anos que Thomaz Antonio da Silva Meirelles Netto, foi sequestrado por forcas militares e desapareceu. Ele foi dirigente da Acão Libertadora Nacional (ALN), e desapareceu ao sair de casa no dia 7 de maio de 1974, para um encontro com outros militantes da ALN no bairro do Leblon (RJ) e nunca mais foi visto.Thomaz Meirelles era natural do estado do Amazonas, nasceu na cidade de Parintins em 1937.

DESABAFO DO SEU FILHO

Nos familiares, amigos e organizações de Direitos Humanos queremos contar a história de Thomaz Meirelles. Sua vida e seu desaparecimento nos porões da ditadura há 40 anos. Gostaríamos que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) esclareça esse desaparecimento. Está na hora da sociedade brasileira conhecer a historia de Thomaz Meirelles.

Nunca esqueceremos o pai, marido, filho, irmão, companheiro, amigo e militante político que ousou lutar contra a violência do Estado, contra a violência da Ditadura Militar. Passaram 40 anos e a memoria de Thomaz Meirelles estará sempre viva e presente!

Saudações

Togo Meirelles

terça-feira, 6 de maio de 2014

Comissão da Verdade de São Paulo insiste: “JK foi assassinado”


Em artigo publicado hoje, na Folha, sob o título “JK foi assassinado”, o presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog de São Paulo, o vereador paulistano Gilberto Natalini (PV) explica por que discorda da conclusão da Comissão Nacional da Verdade (CNV). “Ao contrário do que sustenta a Comissão Nacional da Verdade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek não morreu em acidente de trânsito, mas foi assassinado pela ditadura militar”.

Segundo Natalini, “o levantamento federal despreza evidências, testemunhos e provas da investigação da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (CMVVH) de São Paulo, (capital) de onde JK saiu para morrer em 22 de agosto de 1976, após cruzar a divisa São Paulo-Rio de Janeiro, na rodovia Presidente Dutra”. Dentre essas evidências, o vereador cita os testemunhos dos passageiros do ônibus (no qual o carro do presidente teria batido) “que, unanimamente, informaram não ter havido choque com o Opala de JK”.

Lembra, também, que JK e seu motorista, Geraldo Ribeiro “morreram três minutos após deixarem o hotel-fazenda Villa-Forte, cujo proprietário era o brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte, um dos criadores do Serviço Nacional de Informações (SNI), ligado ao então ministro da Casa Civil, general Golbery do Couto e Silva, e ao chefe do SNI em 1976, general João Baptista Figueiredo”.

Evidências em profusão levantam série de dúvidas sobre acidente

Natalini menciona, ainda, o depoimento de outro motorista, Ademar Jahn, “que declarou ter visto o motorista de JK com a cabeça caída entre o volante e a porta do Opala antes do choque com o caminhão. Ou seja, Geraldo Ribeiro não completou a curva à direita, e o Opala seguiu descontrolado para a contramão da Dutra porque, provavelmente, o motorista já estava sem vida”.

O presidente da Comissão paulistana cita declaração do jornalista Carlos Heitor Cony que “relata ter apurado que, ao deixar o estacionamento do hotel-fazenda Villa-Forte, Ribeiro estranhou o Opala e indagou se alguém havia mexido no veículo”.

“Para provar que não ocorreu sabotagem, a Polícia Civil do RJ apresentou os destroços do carro para nova perícia em 1996. Descobriu-se depois que o Opala examinado tinha número do motor diferente do Opala que conduzia JK. A perícia foi feita em outro veículo”, complementa o vereador.

Há pouco mais de um mês, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog de São Paulo entregou à Comissão Nacional um documento em que relaciona mais de 100 evidências e prova uma série de fatos desencontrados que a levaram a concluir que o ex-presidente foi morto num acidente forjado pela ditadura militar. Pouco depois a CNV divulgou outro documento dizendo não acreditar nas evidências e concluindo que, para ela, JK morreu mesmo em acidente comum na Dutra.