sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Comissão da Verdade tem razão ao investigar mortes de JK e Jango


Todo apoio e disposição de ajuda no que for necessário, da parte de todos nós, para que a Comissão Nacional da Verdade cumpra e chegue a bom termo em sua decisão, tomada esta semana, de investigar as atividades da Operação Condor, aquela aliança espúria estabelecida, em 1975, entre as ditaduras militares do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia para vigiar e assassinar os opositores que resistiam e combatiam aqueles regimes.

Vamos ajudar a Comissão no que for possível a cada um de nós e podemos começar já pelo apoio ao grupo de trabalho (GT) específico constituído por ela na 2ª feira, para tratar da questão. O objetivo inicial, admite a Comissão, é apurar os fatos mais controversos de que a Condor é suspeita. Tais como suas relações com a morte dos ex-presidentes brasileiros João Goulart, o Jango, e Juscelino Kubitschek, o JK.

As mortes de JK e Jango aconteceram em um intervalo de cinco meses. JK morreu em 22 de agosto de 1976 e Goulart em 6 de dezembro do mesmo ano. Jango governou o Brasil de setembro de 1961 até ser deposto pelo golpe militar de março de 1964 e morreu em dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. A versão é contestada por parentes que acreditam em envenenamento por agentes da Operação Condor. Jango foi o único ex-presidente do Brasil a morrer no exílio.

Na morte de JK, um projétil exclusivo das Forças Armadas

JK, que governou o Brasil no quinquênio 1956-1960, morreu dia 22 de agosto de 1976, há 36 anos, também em circunstâncias envoltas em suspeita e mistério. Ele seguida de São Paulo para o Rio de Janeiro, numa viagem que até seus familiares desconheciam. A versão oficial é de que seu carro, um Opala, fechado por um ônibus da Viação Cometa, perdeu a direção e se chocou com uma carreta no km 165 da Rodovia Presidente Dutra.

Mas, no caso do ex-presidente JK, a Comissão Nacional da Verdade recebeu na 2ª feira desta semana do presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, William Santos, um relatório contestando a versão de que a morte teria sido um acidente. “Eles (OAB-MG) pediram que a gente reabrisse o caso. Agora vamos analisar toda a documentação e investigar o que foi relatado”, declarou Cláudio Fonteles, integrante da Comissão e responsável pela análise da documentação entregue pela OAB-MG.

A documentação sustenta que a causa do acidente foi um tiro na cabeça do motorista de JK, Geraldo Ribeiro. Em 1996, 20 anos após o acidente, o secretário particular de JK, Serafim Jardim, conseguiu reabrir o caso. O corpo do motorista foi exumado pelo IML de Belo Horizonte, que encontrou um objeto metálico no crânio de Geraldo Ribeiro.

Para a OAB-MG, o motorista foi atingido na cabeça por um projétil denominado “batente”, de fabricação e uso exclusivo das Forças Armadas. O inquérito aberto após a morte do ex-presidente ouviu nove dos 33 passageiros que estavam no ônibus da Viação Cometa. E as fotos dos corpos do presidente e do motorista também desapareceram da documentação.

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