Ao assumir em 1986 o cargo de ministro-chefe do Serviço Nacional de
Informação (SNI), a convite do então presidente José Sarney, o general
Ivan de Souza Mendes constatou que dois dos
principais quadros da agência durante o governo João Baptista
Figueiredo (1978-1984) – os coronéis Ary Pereira de Carvalho, o
Arizinho, e Ary de Aguiar Freire – gozavam de uma prolongada mordomia no
Exterior que fugia dos protocolos normais do governo. Homem de
confiança do ex-chefe do SNI, general Octávio Medeiros, desde 1969,
quando o ajudou na operação que resultou na queda dos militantes de
esquerda do Colina (Comando de Libertação Nacional), em Belo Horizonte,
Arizinho se encontrava em Buenos Aires, onde engordava sua aposentadoria
com abono de US$ 6 mil mensais por serviços de espionagem. A mesma
regalia era desfrutada pelo coronel Ary Aguiar – homem forte de Medeiros
na agência cen tral do SNI no Rio de Janeiro –, lotado em Genebra, na
Suíça. “Ficou claro que eles estavam no Exterior escondidos porque
tinham feito algo errado. Por isso pedi que retornassem imediatamente”,
disse Ivan de Souza Mendes, recentemente, a um grupo de militares
amigos.
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